7 principais tendências da logística em 2023

7 principais tendências da logística em 2023
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Você verá neste material as 7 principais tendências da logística em 2023 e como essas inovações contribuem para a melhoria da logística.


Cenário atual da logística no Brasil em 2022

A logística em 2022 passou por uma das épocas mais agitadas e aquecidas desde o fim da pandemia.

Isso porque em um único ano tivemos eleições e copa do mundo e a Black Friday.

A logística mundial também precisou se adaptar ao cenário conturbado da guerra entre Rússia e Ucrânia que impactou em um aumento do preço dos combustíveis.

Com a guerra, o dólar novamente sofreu uma valorização (ainda maior) sobre o real, e em março, a defasagem entre a Petrobrás e as principais bolsas de valores já batia 11%, para a gasolina, e 12%, para o diesel. 

A Rússia sendo o 6º país de onde o Brasil mais importa produtos como trigo, milho e principalmente fertilizantes (representando cerca de U$ 5,7 bilhões em 2021), preocupava todos os setores, incluindo a logística, já que ela era responsável por 30% do fornecimento desse insumo ao nosso país.

A antecipação e o planejamento foram peças fundamentais para contornar essas épocas e garantir a distribuição sem atrasos, o abastecimento de estoques e a satisfação do cliente.

Isso somado ao fato de que o Brasil ainda é um país dependente da importação de bens de consumo, também trouxe com a Golden Week (semana de feriados na China) aquele estresse anual costumeiro para os gestores e o mercado.

A previsão é que 2023 seja um bom ano para a logística, com a economia brasileira voltando a respirar aos poucos e uma pausa desses períodos mais conturbados pelos quais passamos nesse ano de 2022.

Para isso, falaremos no próximo tópico do que nos aguarda dentro da logística, em matéria de inovação e tecnologia.

1 → O que a Logística pode esperar para os próximos anos

Gestão de Pátio

Entre todos os segmentos da logística de uma empresa, podemos considerar a Gestão de Pátio a mais recente inovação, principalmente no Brasil, onde até pouco tempo não se tinha um entendimento sólido sobre o que é e para que serve essa etapa.

A gestão de pátio é o controle de todas as operações de um pátio logístico.

A ação é responsável por monitorar de ponta a ponta tudo que ocorre em um pátio e ainda integrar as operações de carga e descarga com as demais áreas como armazém e transporte.

É claro,a gestão de pátio sempre existiu, mas para empresas presas a modelos manuais de gestão, essa parte da logística é apenas uma pequena extensão de outras áreas como armazém e transporte.

E o que acontece é bem diferente disso.

A gestão de pátio, além de se integrar à gestão de armazém e a gestão de transporte, é uma etapa robusta o suficiente para ter uma logística dedicada somente a ela, assim como temos no transporte e no estoque.

Aos poucos os profissionais da logística estão começando a entender isso, e a tendência é que cada vez mais a logística de pátio seja conhecida como aquilo que ela é: uma das partes mais importantes de toda a cadeia de suprimentos.

Para cuidar dessa importante parte da logística, existe o chamado YMS, ou sistema de gestão de pátio que auxilia o gestor a ter um controle total dos processos do pátio logístico. 

Entre as diversas funções dele, temos:

  • Eliminação dos gargalos nas operações;
  • Economia de tempo;
  • Agendamento de docas;
  • Eliminação de filas de veículos na portaria.

Em um estudo feito pela Fourkites, a gestão de pátio é uma dor para 92% das empresas nos EUA, contudo, apenas 25% possuem um YMS para minimizar os problemas.

Empresas globais afirmam que com o uso do YMS existe:

  • aumento de eficiência de trabalho entre em 25 e 30%;
  • maior produtividade nas docas entre 20 e 40%;
  • redução de custos entre 40 e 80%.

No Brasil, os números não são muito diferentes, de acordo com uma pesquisa realizada pela Trackage, embora 73% das empresas entendam a importância da Gestão de Pátio, apenas 21% usam um YMS. 

YMS Trackage Maestro

O YMS Trackage Maestro é pioneiro na gestão de pátio e tem servido de auxílio para grandes empresas como Braskem, DHL e 3M, cuidarem dessa parte tão importante da cadeia de suprimentos.

Alguns números importantes sobre o YMS Trackage Maestro

  • Mais de 180 milhões de volumes são monitorados em Centros de distribuição;
  • Mais de 60 mil motoristas têm trajetos e  agendamentos agilizados;
  • Mais de 3000 empresas otimizam suas operações logísticas;
  • Mais de 1.1 milhão de check-ins de clientes e motoristas foram realizados;
  • Mais de 100 mil agendamentos foram realizados.

Camila Pinheiro (Gerente de Processos na DHL L’Óreal) conta que sem um sistema de agendamento automatizado – uma das funcionalidades do YMS Trackage Maestro – muito tempo é perdido nos processos manuais.

Ela ainda explica que a ferramenta, por si só, já é bem intuitiva e visualmente clara para o usuário.

Você pode conferir mais no vídeo abaixo.

Automatização de processos

Automatização de processos é algo que já faz parte de muitos softwares de gestão dentro da logística.

No WMS e seu controle sobre a entrada e saída de produtos, alinhada com o balanço de estoque por meio dessas informações.

No TMS com o rastreio de veículos em tempo real, sem a necessidade de comunicação constante entre a torre e o motorista.

E também no YMS, com várias funções como o check-in de portaria que quando automatizado, torna a conferência de documentação e veículos um coisa ágil e livre de travas, facilitando a entrada no pátio e ainda contribuindo para o fim da fila de veículos na portaria.

Boa parte de toda essa automatização se deve ao Machine Learning e à Big Data que já são tendências em crescimento.

Segundo a definição do nosso Glossário da Logística, a Machine Learning (traduzida como aprendizado de máquina) é uma tecnologia baseada na inteligência artificial, onde a máquina literalmente aprende com os dados coletados e melhora seu próprio fluxo de trabalho.

Já a Big Data é o conjunto de técnicas utilizadas para apurar, armazenar e administrar uma quantidade muito grande de informações e dados com velocidade cada vez maior.

A automação e a automatização de processos por meio da tecnologia, tem um amplo espaço para tomar nos próximos anos dentro da logística e da indústria 4.0.

Para se ter uma ideia, um estudo promovido pela CNI em abril de 2022, aponta que o uso de automação com sensores que permitem linhas flexíveis de produção, aumentou de 8%, em 2016 para, 27% em 2021.

Nesse mesmo estudo, constata-se que em 2021, pelo menos uma tecnologia digital era utilizada por 69% das empresas em uma lista com 18 diferentes tipos de tecnologias.

Contudo, a maior parte das empresas ainda usam uma baixa quantidade de tecnologias, o que indica que esse processo de digitalização ainda está no começo, e nos faz perceber que tem muito espaço para ocupar nos próximos anos.

Outro dado importante é que mais da metade das empresas dentro da indústria e logística não utiliza nenhuma tecnologia digital (31%) ou utiliza entre 1 e 3 tecnologias (26%).

As empresas que utilizam 10 ou mais tecnologias correspondem a apenas 7%.

Nas palavras de Carlos Eduardo Santos (gerente corporativo de logística da Rodonaves), a tecnologia não veio para substituir pessoas, mas para agilizar processos e permitir que essas pessoas concentrem seus esforços em melhorias.

“As pessoas que estão ali nas operações carregando e descarregando mercadorias – entre outras funções – com as tecnologias implantadas, conseguem ser mais criativas e assim contribuirão na busca constante por melhorias dos processos”, destaca Carlos Eduardo.

Com essas tecnologias, a automatização de processos é uma tendência que nos próximos anos ainda vai gerar muitos frutos para o gestor logístico.

Torre de controle

Quando falamos de inovação tecnológica dentro da logística, a torre de controle é um dos melhores exemplos.

A torre de controle é basicamente uma central de integração e inteligência de informações que oferece uma visibilidade total de todos os processos da logística da empresa.

Todos os processos – sem exceção alguma – são monitorados em tempo real pela torre de controle.

Vale lembrar que a torre de controle não é uma torre física, mas sim um espaço físico (podendo ser uma sala com computadores desempenhando a função) dedicado a esse monitoramento de informações fornecidas pelo sistema.

Entre os principais beneficiados com essa tendência tecnológica estão as empresas que possuem um alcance global, justamente pelo alto nível de complexidade e urgência de suas demandas.

Um estudo publicado pela McKinsey & Company e realizado com 124 empresas de médio e grande porte, concluiu que os líderes em maturidade digital no Brasil, aumentaram uma taxa de crescimento do EBITDA (indicador de avaliação das empresas de capital aberto) de até 3 vezes maior que as empresas sem o uso de tecnologias.

Globalmente, os líderes em utilização de tecnologias digitais tiveram um aumento de até 5 vezes em relação à concorrência.

Com esses números e tendo em mente que uma Torre de Controle é uma ferramenta tecnológica puramente digital, fica bem claro a necessidade cada vez maior de tê-la em operações como rastreamento de cargas e gestões de pátio.

Monitoramento em tempo real

Inserido dentro de algumas tecnologias já citadas anteriormente, mas importante o suficiente para ter um destaque, está o monitoramento em tempo real.

Há uns anos o simples monitoramento com todos os percalços com os quais tínhamos que lidar (atraso de informações pela lentidão de rede principalmente) já era algo inovador e incrível de aplicar em operações que antes eram apenas manuais.

Hoje em dia esse monitoramento já não sofre de atrasos no tempo de resposta, possui uma assertividade maior e dispõe de uma acessibilidade mais prática, podendo ser feito por dispositivos móveis bem mais simples do que computadores inteiros.

O avanço tecnológico dessa característica implantada em ferramentas como softwares de gestão e torres de controle mostra que ano após ano a logística e suas tecnologias se renovam e não há limites para isso.

Inteligência Artificial

Queridinha de qualquer amante da tecnologia, inteligência artificial não é algo que ouvimos falar hoje.

Muitas previsões que os filmes de ficção faziam no passado já são realidade hoje em dia, e boa parte disso gira em torno do conceito de inteligência artificial.

Como falamos nesse artigo dedicado à inteligência artificial dentro da logística, a inteligência artificial é basicamente tornar máquinas e sistemas inteligentes o suficiente para que possam tomar decisões e executar tarefas baseadas em dados sem nenhuma intervenção humana.

É impossível reproduzir completamente a inteligência humana que é pautada por cálculos, interpretações e consciência de erros e acertos, por uma inteligência artificial tecnológica.

No entanto, esse auxílio que a I.A dá ao ser humano faz dessa união entre homem e máquina uma parceria sem limites.

Dentro da logística, essa inovação é posta à prova nos armazéns, por exemplo, onde softwares de gestão de armazenagem conseguem definir a prioridade do estoque com base no padrão do inventário e o número de saídas de determinado produto.

Já na gestão de pátio, temos por exemplo, um aprimoramento dos sistemas de tracking (rastreio), o docking schedule (agendamento de docas) e os bancos de dados que utilizam indicadores chaves de desempenho, como é o caso do YMS Trackage Maestro.

Segundo Ailton, (Cientista de dados da Trackage), um dos maiores desafios da inteligência artificial dentro da logística é a disponibilidade de dados. 

Muitas vezes as empresas confundem quantidade de dados, ou seja, volume de dados, com dados que tenham significado e relevância para o aprendizado da IA.

“É comum que alguns profissionais do ramo não entendam porque uma IA não está funcionando como eles esperam, quando na verdade o sistema é que não está sendo nutrido com informações que gerem impacto para os processos que serão executados”, completa, Ailton Oliveira, Cientista de dados da Trackage.

Além disso, com o software também é possível prever, por meio dos dados fornecidos anteriormente, o tempo das operações de carregamento nas docas. 

ESG

A logística sustentável é uma realidade que vem tomando cada vez mais força dentro da indústria e da logística 4.0.

E o que significa ESG, afinal?

Sigla para Environmental, Social and Governance (traduzido como ambiental, social e governança), é um termo criado em 2004 pelo banco mundial em parceria com a ONU e tendo apoio das 50 maiores instituições financeiras do mundo, referindo-se às boas práticas empresariais alinhadas com os três aspectos.

O objetivo da iniciativa era mostrar para as empresas que elas têm papel fundamental dentro da sustentabilidade e preservação do meio ambiente e da sociedade como um todo.

Além disso, ter o ESG como uma das prioridades dentro da logística, destaca qualquer empresa frente aos concorrentes. 

Lembre-se, estamos em uma época onde a consciência sobre a preservação ambiental e ética dos processos industriais e logísticos é algo mais bem compreendido pelas pessoas.

Os padrões estão elevados e a tendência para 2023 é que isso seja ainda mais exigido pela sociedade.

Automação da Last Mile

A Last Mile é, traduzido literalmente, a última milha

É a etapa logística que precede a chegada do produto nas mãos do cliente final. 

Alguns dizem que  a last mile é a parte visível da logística, aquela que todos, incluindo o consumidor, enxerga e consegue entender melhor, baseado na própria experiência como comprador.

E isso faz dela uma parte importante da logística que tem sido cada vez mais contemplada pelas inovações tecnológicas.

Por outro lado, também é justo na last mile que a maior parte dos custos de processos de remessa.

Para se ter uma ideia, segundo os dados levantados pela Business Insider, 53% dos custos totais de envio ocorrem na last mile.

Para aperfeiçoá-la e automatizar os processos dessa última parte da logística, é possível usar um roteirizador, ferramenta que ao lado do TMS tem servido cada vez mais para a eficiência das operações de entrega.

A Amazon, por exemplo, já utiliza um sistema de roteirização próprio que tem como base, dados como: cubagem, tempo de duração máximo da rota, distância total percorrida, entre outros.


Inovação tecnológica é o termo que definirá 2023 e os anos subsequentes.

A certeza de que muito mais está por vir se solidifica cada vez mais, quando olhamos para o ano de 2022 e percebemos que mesmo em meio a datas e períodos complicados para a logística, ela não parou de evoluir.

Que 2023 chegue logo e traga com ele novas oportunidades de continuarmos fazendo da logística algo fantástico e sem limitações.