Logística de transporte: o que é e para que serve

caminhão na logística de transporte
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A logística de transporte é a parte logística de uma empresa que foca exclusivamente no transporte de bens ou mercadorias.

Visando otimizar o manuseio das cargas não só durante a rota de entrega, mas por todo o processo que envolva o transporte.

Neste artigo, falaremos mais sobre essa parte da logística e sua importância na supply chain.


1 → O que é Logística de transporte

Pode parecer algo óbvio, mas quando falamos de logística de transporte, isso envolve mais coisas do que apenas o trajeto feito pelo motorista até o local de carga ou descarga da mercadoria.

A logística de transporte envolve planejamento, controle e execução, além de precisar estar perfeitamente alinhada com outras áreas, como o armazenamento.

No planejamento se encontram etapas como roteirização de entregas e levantamento de custos.

No controle e na execução, é onde ocorre o monitoramento dos veículos e cargas, com o auxílio de ferramentas digitais e o acompanhamento de profissionais qualificados para essa função, geralmente em torres de controle.


Você sabia?

As torres de controle dentro da logística são centrais de integração de informações que têm como objetivo dar uma visibilidade completa sobre tudo que ocorre na logística da empresa.

Todos os processos, sem exceção, são monitorados em uma torre de controle logística.

O monitoramento é em tempo real, agilizando a tomada de decisão e melhorando a precisão ao resolver problemas repentinos. 

Empresas que possuem uma cadeia de suprimentos de alcance global tendem a se beneficiar bastante com esse método, pelo alto nível de complexidade de suas operações e a urgência que cada uma demanda.

Se quiser saber mais sobre as torres de controle, dê uma conferida neste artigo!

CTA Torre de Controle

2 → Como a logística de transporte é aplicada

Agora que entendemos o que é a logística de transporte, vamos ver como ela é feita.

Roteirização

Aqui no blog já falamos algumas vezes sobre roteirização e sistemas que podem ajudar muito quem se encarrega dessa etapa da logística.

Roteirizar o transporte é mais do que apenas traçar um plano de viagem para o motorista, do ponto A ao B.

Ao roteirizar uma entrega, é necessário colocar em pauta coisas como:

  • prazos de entrega para os clientes;
  • restrições da região e condições das rodovias;
  • entregas com prioridade;
  • carga de trabalho dos motoristas de acordo com a legislação.

Essas são apenas algumas das várias coisas que precisamos levar em conta ao roteirizar uma entrega, e se isso é feito de forma manual o tempo investido nesse processo é muito maior.

Para resolver esse problema e ter uma eficiência maior, alinhada a uma economia de tempo e consequentemente, de dinheiro, temos softwares como o roteirizador que cumpre essa função.

O uso do roteirizador

O Roteirizador ou Sistema de Roteirização, tem como principal objetivo dar ao gestor alternativas melhores de como utilizar as rotas disponíveis.

Isso evita problemas de atraso, melhora a segurança da carga transportada (uma vez que existem áreas de difícil acesso e outras onde o roubo de cargas é comum).

Além disso, também é possível obter uma precisão maior quanto aos gastos, pois ele cruza dados coletados sobre a frota e sobre a rotina de entregas, mostrando gargalos na operação e se é viável ou não, adquirir ou abrir mão de determinados veículos.

Alguns benefícios da ferramenta:

  • atende aos horários de entregas;
  • gera satisfação ao cliente;
  • aumenta a segurança da carga;
  • aumenta a produtividade;
  • economiza tempo e dinheiro;
  • oferece documentação digital.

Monitoramento do frete

Dentro da logística, o monitoramento do frete é essencial não apenas para as entregas, mas para manter a frota em dia com tudo que é necessário no transporte.

É aí que o uso de um TMS (Transport Management System) entra.

Com essa ferramenta, a gestão da frota e tudo que faz parte dela fica muito mais fácil.

O uso da tecnologia é indispensável para monitorar em tempo real o veículo e o motorista, com segurança e assertividade sobre a operação de carga ou descarga que está em andamento.

Pode-se usar um TMS para gerir a frota e as partes mais burocráticas do transporte (documentação principalmente), mas o ideal é o uso de um rastreador veicular.

O que é um rastreador veicular?

Basicamente todo tipo de equipamento que tenha um sistema de rastreio, seja por radiofrequência ou tecnologia GPS, se encaixa como um rastreador veicular.

Geralmente esse equipamento é instalado em um local escondido dentro do veículo, como por exemplo na bateria, evitando a perda dele e consequentemente do sinal de rastreio emitido para a torre.

Gestão de frota

Ainda com o TMS, é possível ─ e necessário ─ usá-lo para gerenciar sua frota de veículos.

Quando falamos nesse gerenciamento, estamos nos referindo a todos os aspectos que compõem a frota:

  • manutenção dos veículos;
  • emissão de documentos de transporte;
  • controle financeiro da transportadora;
  • faturamento;
  • seguro da carga;
  • emissão de documentos fiscais;
  • contratos de prestação de serviço;
  • tabelas de frete;
  • auditoria de frete;
  • relatórios de desempenho.

Diferença entre TMS e roteirizador

Você deve ter percebido que o TMS e o roteirizador possuem semelhanças e isso está correto.

Em alguns TMS mais modernos, por exemplo, é possível automatizar o sistema de rotas de uma maneira prática, embora seu foco não seja esse e obviamente a eficiência entregue não seja a mesma de um roteirizador.

No que difere ambos, basicamente podemos dizer que o TMS é um sistema de gestão e, como tal, ele vai auxiliar em diversos segmentos que juntos formam o que conhecemos como transporte.

O roteirizador é um sistema completamente focado e restrito ao levantamento de inúmeros dados e na roteirização das entregas, sendo, por consequência, mais eficiente nisso.

A diferença também costuma vir nos preços.

O roteirizador é uma ferramenta mais cara e mais utilizada por grandes indústrias cuja Last Mile (a última milha de entrega, ou seja, os pontos de vendas como o varejo) é bem mais intensa e numerosa (estamos falando de milhões de pontos de venda, como por exemplo uma grande empresa como a Ambev).

3 → Vantagens de uma logística de transporte bem feita

Pode parecer estranho citar vantagens de uma etapa que não é opcional para a logística, e sim obrigatória. Mas acredite: ainda há muitos gestores que deixam de lado essa etapa essencial, resumindo o transporte apenas à Last Mile.

Agora que já entendemos quais as principais partes que precisamos priorizar dentro da logística de transporte para que ela comece com o pé direito e de mãos dadas com a tecnologia, vamos entender na prática o que isso traz de bom para os negócios.

Poder de escolha nas mãos do cliente

Como já falamos aqui no blog, tudo que diz respeito ao mercado está indiretamente ligado ao comportamento do consumidor.

Dar ao cliente a possibilidade de escolher entre formas de entrega que considerem suas necessidades e urgências, é se colocar à frente da concorrência.

Quando você precisa comprar uma roupa ou um calçado ou algum ítem específico para aproveitar uma ocasião especial em um final de semana, você já tem uma urgência determinada, um prazo de espera que não pode ser ultrapassado.

Quando entramos em sites como o da Amazon, que nos permite comprar algo com a garantia de que será entregue em 24 horas (dependendo do horário de compra) ou podendo escolher uma entrega agendada para daqui alguns dias, em casos em que se pode esperar, é ter um livre arbítrio de compra que faz total diferença na experiência do consumidor. 

Agilidade nos prazos de entrega

Talvez seja a principal vantagem entre todas por ser justamente a que afeta de forma direta a relação com o cliente.

Ao contrário do que muita gente pensa, a fidelização com o cliente não se dá apenas nos preços, mas principalmente nos prazos de entrega e nas condições em que a mesma é realizada.

Quantas vezes você já se estressou com uma entrega atrasada, a falta de rastreabilidade ou mesmo as condições em que o produto chegou em suas mãos?

Uma entrega feita dentro do prazo e sem riscos ao produto pelo qual o comprador pagou, é metade do caminho andado para fidelizar um cliente e ainda garantir que a eficiência do serviço se espalhe pelo conhecido “boca a boca”.

Redução de custos com o transporte

É de conhecimento de quem trabalha na área da logística que o transporte é a parte que mais cobra o preço na hora de colocarmos tudo na ponta do lápis.

Cerca de 2/3 do custo logístico das empresas está estritamente relacionado ao transporte.

Com isso, entendemos que ter uma rastreabilidade e um acompanhamento em tempo real (TMS e demais ferramentas), minimizam as chances de custos além do que é previsto por não saber ao certo o que se passa com o veículo, o motorista e a carga.

Um caminhão que por motivos mecânicos precisa interromper o trajeto e aguardar na estrada o auxílio chegar, se não é rastreado em tempo real, corre o risco de prejudicar não apenas a entrega pelo atraso, mas também a mercadoria, já que dependendo do produto, o fator tempo é limitante (produtos perecíveis).

A logística estratégica possui dois pilares: a eficiência da operação, muitas vezes baseada na redução de custos, e a satisfação do cliente.

Manter o equilíbrio entre esses dois pilares é importante para a saúde dos negócios.

Quando se reduz custos e mantém o alto nível de serviço, consequentemente você maximiza o lucro, ainda que o objetivo inicial seja a redução de gastos.

4 → Tipos de logística de transporte

Para fechar, temos aqui algumas divisões dentro da própria logística de transporte, que servem para diferentes segmentos.

Isso ocorre porque a logística de transporte é toda baseada na cadeia de suprimentos que, por sua vez, se divide nessas três etapas: suprimentos, produção e distribuição de produtos.

Suprimentos

Logo no início da supply chain, a logística de transporte já tem seu papel bem definido, assim como sua importância nessa etapa.

O transporte de suprimentos (que são as matérias primas) é o que irá alimentar a parte de fabricação dos produtos que futuramente serão enviados para os clientes finais.

Produção

A logística de transporte dentro da produção ocorre nas fábricas e áreas adjacentes e está ligada diretamente ao controle de estoque

Envolve abastecimento de armazém e o transporte de materiais utilizados na produção das mercadorias. 

Tendo um papel ainda mais analítico, a produção também é responsável por entender as atuais necessidades do mercado, evitar os desperdícios e compreender como a logística de transporte pode ajudar essa etapa a alcançar os objetivos com eficiência.

Distribuição

Como o próprio nome sugere, essa etapa envolve o gerenciamento de pedidos e praticamente todo o processo de distribuição que termina ao final da Last Mile.

Vale lembrar que em muitos casos, a gestão de pátio contribui nessa etapa para a eficiência do transporte de distribuição, pois a mesma ponte que é feita entre o armazém e o pátio, ocorre do pátio para o transporte que irá para a rota de entrega.

Aqui, o uso de um YMS como o Trackage Maestro melhora a performance dessa etapa do processo logístico, contribuindo ainda mais para a economia de tempo para efetuar a entrega.

5 → A relação entre a logística de transporte e a logística reversa

Vale uma citação especial para a logística reversa, pois ela também é um tipo de logística de transporte.

Na prática, a Logística Reversa é um conjunto de procedimentos que visa recolher e encaminhar produtos, embalagens ou resíduos devolvidos, com objetivo de reaproveitá-los, evitando até mesmo custos futuros com matéria prima.

É bom entendermos que dentro da Logística Reversa existe a participação de várias partes:

  • fornecedores;
  • empresas;
  • varejo;
  • entregadores;
  • consumidores.

A Logística reversa acontece de várias formas, uma delas é quando o consumidor devolve um produto ou o que restou dele aos postos específicos destinados à coleta.

Depois que o consumidor retorna os produtos para a empresa (geralmente sem custo, pois na maior parte das vezes as empresas arcam com os custos de devolução), eles são conduzidos até um ponto de coleta específico, onde, então, são levados para o reaproveitamento.

É claro que existe toda uma complexidade dentro da Logística Reversa, mas podemos simplificar esse fluxo, dividindo-o em basicamente 5 passos:

I. Com a conscientização dos cidadãos por meio de programas públicos e incentivos dentro da própria educação, em que forma-se a ideia de que a reciclagem e reutilização de produtos é uma medida importante, tanto para a natureza, quanto para nós.

II. A devolução da embalagem, produto ou resíduo é feita pelo consumidor para o distribuidor/responsável pela venda.

III. O comerciante envia o produto de volta ao fabricante.

IV. O fabricante ou importador recebe de volta o produto e se responsabiliza em destiná-lo ao local de reciclagem/reuso.

V. Órgãos públicos cuidam da fiscalização para garantir que tudo seja feito da forma adequada e respeitando a legislação.

Para entender mais sobre a logística reversa e principalmente sobre sua importância como diferencial competitivo para sua empresa, leia este artigo.


Entender como a logística funciona é importante para termos uma melhor compreensão do quão complexo e ao mesmo tempo intrigante são as etapas que fazem parte dela.

Do transporte ao armazenamento, do estoque ao pátio, tudo precisa estar alinhado. Com a chegada da logística 4.0 e suas diversas ferramentas, essa integração entre as áreas se tornou algo prático.

Roteirizadores, TMS, Rastreadores em tempo real, tudo isso é a inovação tecnológica dando as mãos com a etapa mais antiga de todo o processo logístico e que sempre fará parte dele: o transporte.

Uma parceria que ainda promete gerar bons frutos para o mercado.