Logística de produção: o que é e como otimizar 

Logística de produção nos processos
Aqui você encontra

A logística de produção envolve tudo que faça parte do fluxo logístico relacionado à produção de pedidos, desde o recebimento de matérias-primas até sua entrega ao consumidor.

Entenda como otimizá-la aqui neste artigo.


1 → O que é Logística de produção 

A logística de produção é o conjunto de atividades que compõem as gestões de armazenagem, transporte e distribuição de todos os insumos e matérias-primas envolvidas no processo de produção de uma mercadoria.

A compra desses insumos também faz parte da logística de produção, que como o próprio nome sugere, também se faz presente no ambiente industrial onde, de fato, os produtos são confeccionados.

Basicamente, tudo que está direta ou indiretamente ligado à fabricação de um produto, está embutido na logística de produção, como veremos nas etapas adiante.

2 → Quais etapas integram a logística de produção  

Padronização de produtos

Quando falamos em padrão, nos referimos a algo que segue uma mesma linha de características, se repetindo rotineiramente.

No caso dos produtos padronizados, é exatamente disso que se trata: mercadorias que seguem uma padronização por serem produzidas em grande escala, o que as torna impossíveis de serem personalizadas individualmente.

Pode parecer algo simples e até óbvio demais, mas é preciso que entendamos esse conceito de produtos que precisam seguir um padrão (como a grande maioria que compramos, por exemplo, em supermercados, como produtos de limpeza ou alimentos industrializados), para podemos diferenciá-los do que vem a seguir.

Produtos sob medida 

Agora que entendemos em que cenário os produtos padronizados se encaixam dentro da logística de produção, temos os produtos sob medida.

Produtos sob medida são exatamente o oposto dos produtos padronizados.

Aqui, o pedido é feito de acordo com, e após a manifestação do cliente quanto ao que ele necessita.

Isso é muito comum, por exemplo, dentro da área de tecnologia.

Quando uma empresa de desenvolvimento de softwares firma contrato com um cliente, é feito um mapeamento de tudo que ele precisa para só então, desenvolver o produto.

Geralmente empresas que fornecem produtos sob medida, não possuem uma gestão de recursos voltada para qualquer tipo de padronização de produtos, adotando esse modelo de produção como também seu próprio modelo de negócio.

Outra ressalva é referente aos valores.

Produtos sob medida são naturalmente mais caros do que produtos padronizados, por não serem liberados em grandes lotes e escalas, e ainda sim, tendo custos de produção para arcar.

Processos contínuos

Falando agora sobre os processos que englobam as etapas da logística de produção, começamos pelos processos contínuos.

Como o nome sugere, esse tipo de processo de produção muito se assemelha ao conceito de produtos padronizados, pois só é aplicado quando os produtos a serem desenvolvidos possuem grande uniformidade em sua produção.

Isso quer dizer que não há flexibilidade ou personalização nesse processo de construção, o que favorece muito a automação em sistemas e máquinas.

Por outro lado, há um custo maior no investimento dessas tecnologias em comparação ao investimento mínimo de mão de obra, já que a única intervenção humana, nesses casos, é com a manutenção das máquinas e instalações.

Os gastos com as próprias instalações nesse caso também tendem a ser mais altos, como energia, sistemas de rastreio, etc.

Processos em massa

Os processos em massa estão muito ligados ao produto padronizado, por conta do fator escala.

Muito utilizados por multinacionais, esse tipo de processo de produção beneficia altas demandas de mesmas mercadorias, ou seja, demandas estáveis e livres de qualquer tipo de alteração nos protocolos.

Como exemplos práticos de processos em massa, temos:

  • automóveis;
  • cerâmica;
  • pecuária.

Processos em lote 

Aqui já temos algumas mudanças em comparação aos sistemas anteriores.

Embora atenda a produção padronizada como seus antecessores, nos processos em lote, é sim permitido uma certa flexibilidade, pois aqui não é incomum ocorrer oscilações nas demandas e variedades nos pedidos dos clientes.

Além disso, lida-se com demandas de volume médio.

As operações que compõem os processos em lote são programadas e entram em vigor conforme as operações anteriores vão sendo atualizadas.

Em exemplos práticos, podemos citar:

  • restaurantes e grandes estabelecimentos alimentícios;
  • indústria têxtil;
  • oficinas de reparo automobilístico.

Processos por projetos

Agora esqueça a produção padronizada ou as demandas em alta escala.

Aqui, o processo de produção é focado por projetos dedicados a um único tipo de produto, e somente após terminá-lo, os esforços são direcionados para o próximo projeto.

Muito ligado ao conceito de produto sob medida, o processo por projetos compartilha de uma mesma característica: atender uma necessidade específica do cliente.

Em termos práticos podemos pensar em produtos físicos como projetos de aeronaves ou embarcações.

Em níveis mais corporativos, temos agências de publicidade que são responsáveis por projetos dedicados a um cliente.

Em uma realidade talvez mais próxima da gente, temos empreiteiras, responsáveis por construções civis que – aliada com arquitetura – promovem a fabricação de habitações únicas.

3 → Como otimizar a logística de produção

Verifique a demanda de mercadorias

Ficar atento aos prazos de entrega de produtos ou projetos, assim como a quantidade exata para a qual sua empresa foi contratada é de grande importância ao manter o controle da gestão logística de produção.

Ainda que pareça simples, não se engane, é comum na correria industrial não se atentar ou confundir-se quanto à quantidade exigida ou ao tempo limite de entrega, ocasionando desde problemas com desperdício de matérias-primas na produção quanto atrasos na Last Mile.

Alinhe a capacidade produtiva 

Seguindo ainda a linha de raciocínio estratégico que começou mais acima com a verificação de demandas, é importante que isso esteja em harmonia com a capacidade produtiva de sua empresa.

Esse é um ponto muito falho, mesmo hoje com tantos aparatos tecnológicos para nos auxiliar.

Não basta entender demandas e cumprimentos de prazos se a empresa ainda extrapola sua máxima capacidade produtiva.

Dependendo do setor, há épocas do ano em que as demandas disparam e é comum que empresas tentem acompanhar esse ritmo, mesmo não tendo capacidade para isso.

Os motivos são diversos: falta de mão-de-obra, falta de equipamentos, instalações insuficientes, entre tantos outros que acabam limitando, dependendo do porte da empresa.

Nesses casos, há sim como aumentar temporariamente essa capacidade.

É possível, por exemplo, suprir a falta de mão-de-obra contratando temporariamente outros colaboradores, abrindo turnos extras de trabalho.

A falta de maquinário também pode ser contornada alugando equipamentos, enquanto outros fornecedores de matéria-prima podem ser requisitados para aumentar os insumos.

No entanto, é  necessário entender que nem sempre poder fazer essas, significa que elas devam ser feitas.

São investimentos que, quando feitos de última hora, tendem a ser mais caros do que o normal e muitas vezes é para obter um retorno cuja garantia é zero.

Analisar estrategicamente se vale ou não o investimento, junto aos times, é a primeira coisa a se fazer antes de tomar qualquer decisão.

Planeje e controle a produção 

Aqui é onde a produção começa a se desenhar.

Depois dos dois primeiros passos, é quando já temos prazos, demandas definidas e consciência da própria capacidade de produção para podermos planejar o que entrará em vigor.

Logo após a demanda ser conferida, às matérias-primas necessárias para a confecção do pedido devem ser encomendadas, levando em conta a logística do fornecedor desses insumos e o quanto isso pode ou não demorar a chegar.

Antes mesmo da chegada, o ideal é que o estoque e as equipes de armazenagem já sejam informadas do espaço que precisarão ter disponível nos galpões para alocar os insumos.

Por último, o planejamento da produção, incluindo mão de obra requisitada e o uso das devidas máquinas deve ser exposto para que a linha de produção esteja preparada quando os insumos estiverem prontos para uso, levando em conta o prazo do cliente.

Reduza o lead time

Lead Time em uma tradução livre, significa “Tempo de Espera”, que é exatamente o tempo de produção que um produto leva para ser fabricado, partindo do momento em que a ordem de trabalho é emitida, até o momento em que ele chega nas mãos do cliente final.

Esse tipo de métrica é importante para avaliar como anda a eficiência operacional da produção da empresa, além de que diminuí-la é diminuir diretamente o tempo de espera do cliente.

Uma das formas de reduzir o lead time é através da intralogística da sua empresa, já que o armazenamento e o estoque são peças fundamentais quando se trata do lead time.

Resumidamente, a intralogística é a parte exclusivamente interna da empresa, excluindo áreas mais abrangentes como por exemplo o transporte.

Aqui, o que importa é a armazenagem e tudo relacionado a ela, e obviamente, aplicando e maximizando a intralogística, nós melhoramos o lead time.

Outra forma ainda mais eficiente de ajudar nessa questão, é utilizando um WMS.

Esse software de gestão de armazém utiliza uma tecnologia chamada Machine Learning (aprendizado de máquina) que com base nos dados coletados das primeiras entradas e saídas de mercadorias do estoque, após um tempo, passa a organizar de forma autônoma a prioridade desse fluxo de pedidos.

Essa e tantas outras funcionalidades que aceleram todas as operações dentro do armazém, fazem da ferramenta o braço direito para quem trabalha no estoque e pode ser a chave para reduzir drasticamente o lead time.

Monitore os resultados

Por último, monitorar constantemente os resultados e também os processos é uma forma de minimizar surpresas e entender onde estão os pontos que carecem de melhorias e onde é possível indicar uma verdadeira eficiência nas operações.

O uso de dashboards com KPI’s, encontradas em diversos softwares de gestão (incluindo já citado WMS), é super necessário para que esse monitoramento se torne prático e intuitivo, além de promover em tempo real um acompanhamento de tudo que é necessário para um gestor ter nas mãos um poder de decisão muito mais assertivo, dentro e fora da produção.


A logística de produção é mais uma variação dessa rede que distribui o conceito de logística entre diversas partes, cada qual com sua respectiva função.

Entender como ela funciona e como podemos otimizá-la é importante para que as demais áreas não sofram com o efeito avalanche que geralmente começa lá atrás, no recebimento de matérias-primas e na linha de produção.

Afinal, a logística – como sempre lembramos – é um fluxo gigantesco, onde cada etapa deve ser cuidada com atenção.