Como é feito o cálculo de frete por transportadoras

Cálculo de frete para transportadoras
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O cálculo de frete é o cálculo feito para definir, por meio de regras, os custos do transporte de um produto e como ele será aplicado.

Algo que requer atenção dos gestores e administradores de qualquer empresa logística ou e-commerce.

Entender suas variáveis, os custos fixos e o que pode ou não ser passado ao consumidor, faz total diferença para se destacar no mercado como a melhor opção.


1 → O que é Frete

O frete é o valor que se paga pelo transporte de uma mercadoria de um ponto a outro, envolvendo todos os custos que fazem parte do transporte.

O frete existe independente do tipo de transporte utilizado, podendo ser por terra (caminhões ou trens), água (embarcações) ou ar (aviões).

Tipos de frete 

Direto ou normal

Quando falamos de frete normal ou direto, estamos nos referindo ao principal meio de frete usado no mercado atual.

Ele é simples e – literalmente – direto, como o próprio nome sugere, pois consiste na ação da coleta da mercadoria no seu remetente (isto é, aquele que envia) e no seu envio direto para o destinatário (aquele que recebe).

Perceba que quando falamos em algo direto, queremos dizer que não existe nenhuma outra transportadora envolvida no meio desse processo.

Em relação aos impostos, isso fica por conta das regras de recebimento da empresa e principalmente pela legislação definida pelo Estado onde ela está situada.

Subcontratação

Na subcontratação, o frete da transportadora contratada pelo embarcador é repassado para outra empresa.

Essa “terceirização” do frete ajuda a ter mais opções quanto aos prazos e também aumenta a malha do transporte (ou seja, o modal utilizado para o transporte de cargas).

Do ponto de vista estratégico, isso permite que a empresa expanda o alcance de seus clientes e sua área de atendimento sem precisar investir em novas frotas de veículos ou aumentar o número de colaboradores.

Vale lembrar que a empresa subcontratada (aquela que terceiriza o frete) é responsável por todo o trajeto de transporte, ajudando muitas vezes a agilizar o processo.

Redespacho

Utilizando o mesmo conceito da subcontratação, o redespacho se destaca do modelo citado mais acima por não deixar a entrega ser toda de responsabilidade da empresa subcontratada.

Nesse modelo de frete, o transporte da carga é dividido entre as transportadoras, tanto a contratada pelo embarcador, quanto a subcontratação feita por ela. Nesse caso, a transportadora subcontratada pode fazer uma parte do transporte no início do trajeto, no meio ou no final.

Isso geralmente acontece em viagens de percurso bem longo, como entre regiões do país.

Imagine, por exemplo, uma carga que precisa ir do extremo norte do país até o extremo sul, mas a transportadora contratada só faz o percurso até São Paulo. Nesse caso, a transportadora subcontratada dará continuidade a partir desse ponto.

Redespacho intermediário

Basicamente o mesmo conceito do redespacho, a diferença é que aqui incluímos uma terceira transportadora no percurso. Uma dessas transportadoras não terá contato com a origem e nem com a entrega final da mercadoria, servindo apenas para repassar de uma transportadora para a outra.

Vinculado ao multimodal

Nesse tipo de frete a divisão das cargas serão feitas de acordo com os modais utilizados (rodoviário, aéreo, aquaviário, dutoviário ou ferroviário) para fazer a entrega.

No entanto, a transportadora será responsável pela carga em apenas um modal.

2 → O que é e para que serve o cálculo de frete

Se o frete é o preço que se paga pelo transporte de um ou mais produtos, o cálculo de frete é a forma que temos de definir esse valor cobrado pelo envio.

Além de precificar o valor do frete baseando-se em fatores obrigatórios, perante a lei, o frete também garante uma boa experiência do consumidor, já que distribui de forma estratégica e justa os repasses de custos entre a empresa (incluindo outras transportadoras em caso de terceirização) e o consumidor final.

Nos tópicos a seguir, entenderemos como fazer o cálculo, quais fatores são de uso obrigatório ao calcular o frete, quais as variáveis, os tipos de frete e tudo que compõe o processo.

3 → Como é feito o cálculo de frete por transportadoras

Defina o tipo de frete de acordo com a carga 

Antes de qualquer coisa, é importante definirmos o tipo de carga que será levada para ter uma base de cálculo.

Isso porque, como vimos antes, os custos variam dependendo se temos uma remessa de cargas fracionadas ou se é uma entrega de carga fechada.

Nas entregas de mercadorias fechadas (geralmente requisitadas em entregas urgentes ou de volumes enormes, tanto o frete CIF quanto o frete FOB se encaixam bem.

Já nas entregas cujas cargas são fracionadas (muito utilizadas no modelo de mercado B2C), o FOB não é uma boa pedida, sendo o CIF a melhor opção.

Além disso, levar em conta as características da carga é algo quase óbvio nesse primeiro passo, já que se temos uma carga perigosa (produtos inflamáveis, por exemplo) ou sensível, os custos de armazenagem e locomoção dessa mercadoria nos caminhões serão diferenciados e devem ser incluídos no cálculo de frete.

Tipos de carga 

Carga fechada 

No tipo de carga fechada, todo o caminhão ou ao menos grande parte dele é dedicada a transportar um lote inteiro de um pedido. Dessa forma, o veículo irá fazer o percurso do remetente até o destinatário de forma direta, tendo esse como seu único ponto de entrega.

Aqui, o frete será calculado tendo com base principalmente:

  • tamanho do veículo;
  • distância do percurso;
  • características da mercadoria transportada (perecível, valiosa, etc).

Carga fracionada

Diferente da carga fechada, na carga fracionada vários pedidos menores podem ser transportados no mesmo veículo. 

Aqui, os pontos de entregas são variados, pois temos vários clientes para serem atendidos ao longo do percurso.

A cobrança de frete tende a ser mais complexo, envolvendo fatores como peso, distância, espaço ocupado no veículo, etc.


Leia também

Você sabia que aqui no blog temos um artigo detalhado e dedicado apenas para os tipos de cargas?

Nele, falamos sobre as diferenças entre os vários tipos de cargas e os cuidados tomados com cada um deles. Você pode conferir bem aqui nesse link.


  1. Calcule os custos fixos 

Os custos fixos, como o próprio nome sugere, não mudam, independente do frete.

São custos estáticos que devem ser aplicados em quaisquer que sejam as modalidades de transporte e entrega.

  • Impostos sobre a frota: IPVA, DPVAT, licenciamento e outros;
  • Seguros;
  • Depreciação, o desgaste do veículo com o passar do tempo;
  • Custos com tecnologia: rastreamento, telefonia, GPS entre outros softwares e serviços da área.
  1. Calcule os custos variáveis

Se temos os custos estáticos, também temos variáveis.

Esses custos são os que podem oscilar dependendo de diversos fatores.

Esse é o motivo de cada operação de frete diferir uma da outra nos valores.

Abaixo, a lista dos principais custos variáveis:

  • pedágios;
  • manutenções e troca de peças;
  • desgaste dos pneus;
  • seguro da carga;
  • consumo de combustível;
  1. Considere o veículo utilizado 

Finalizando, é bom sempre levar em consideração a frota de veículos utilizada.

Se sua empresa possui frota própria, se a frota é terceirizada por uma transportadora, se são profissionais autônomos que oferecem o serviço de transporte com seus próprios veículos, tudo isso altera o cálculo de frete.

Além disso, devemos lembrar que com a alta do combustível nos últimos anos, o valor da quilometragem feita por veículo também é um importante fator a ser incluído no cálculo de frete.

4 → Fatores considerados no cálculo de frete

Como foi mencionado antes, existem diversos fatores que podem e devem ser levados em conta, dependendo do tipo de frete. Abaixo, os principais que devemos conhecer.

Frete peso

No frete peso, estabelecemos uma relação entre o peso bruto da carga e o peso cubado (volume ocupado do objeto).

A cubagem determina o espaço utilizado pelo produto dentro de um caminhão, levando em conta a relação entre seu peso e seu volume.

No modal rodoviário 1 metro cúbico é igual a 300 kg (esse é o fator de cubagem para calcular o peso cubado da mercadoria).

Para calculá-lo, é feito:

Comprimento x largura x altura x fator de cubagem

Por fim, a transportadora compara o peso total do produto com o peso de cubagem e baseia o frete no maior valor entre esses dois.

Frete valor (Ad Valorem) 

Aqui, a base do cálculo é o valor da mercadoria declarado no NF-e.

A transportadora irá considerar o valor do seguro para calcular o frete, já que produtos mais valiosos encarecem os custos.

Se houver algum cuidado especial a ser tomado no transporte da carga, isso também é um fator considerado na hora de precificar o frete.

Distância percorrida

Aqui nós temos um fator básico considerado em qualquer empresa de transporte na hora de definir o valor de um frete.

Quanto maior a distância a ser percorrida, maior será o valor do frete. 

Boa parte disso se dá por conta do combustível gasto no trajeto.

Características do destinatário

Um importante fator a ser levado em conta são as características de acesso ao destinatário.

Isso porque muitos locais de entrega podem sofrer com vias de difícil acesso, estradas em péssimas condições ou ainda áreas de grande risco de furto.

São coisas que tendem a deixar o frete mais caro.

Modal de transporte

Primeiramente, é bom definirmos o que é um modal de transporte.

De forma simples, podemos dizer que um modal de transporte são os tipos de transporte que podemos utilizar no envio de mercadorias.

No e-commerce, os mais utilizados são o rodoviário (veículos terrestres) e o aéreo (aeronaves),  sendo o primeiro ainda mais requisitado nas grandes cidades.

Dessa forma, diferentes custos são impostos dependendo do tipo de modal necessário para o envio dos produtos.

Taxas específicas 

Além desses fatores mais importantes que já listamos, existem algumas taxas específicas que podem ser cobradas dependendo dos termos de contratação do frete.

  • Taxa de Restrição de Trânsito (TRT);
  • Taxa de Dificuldade na Entrega (TDE);
  • Taxa de armazenamento;
  • Taxa de urgência;
  • Taxa de reentrega;
  • Frete mínimo;
  • Pedágios.

Gerenciamento de risco (GRIS)

GRIS é a sigla para Gerenciamento de Riscos, uma taxa calculada em cima do valor da nota fiscal e incluída no frete para cobrir custos relacionados ao combate ao roubo de cargas.

Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, em um levantamento feito em abril deste ano, foi registrado um prejuízo de 1,27 bilhões de reais para as empresas de transporte por conta de roubos.

Em 2020 foram registradas 14.150 ocorrências, enquanto em 2021 foram 14.400.

Um aumento de 200 milhões de reais em prejuízos, de 2020 para 2021.

Tributos e pedágios 

E finalmente os conhecidos pedágios, e os tributos no transporte de carga em trajetos que ultrapassam os limites entre municípios, Estados e regiões do país.

Aqui também podemos incluir o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), referente à circulação de mercadorias no país, para transportes intermunicipais e interestaduais.

5 → Tabela de frete mínimo da ANTT

Em 2018, após a greve dos caminhoneiros que teve um impacto considerável na economia, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) criou uma tabela de frete mínimo, documento obrigatório para realizar a cobrança de fretes.

Esse documento é oficial e de uso obrigatório para transportadoras (ETC) e para autônomos (TAC).

Por meio do uso do CIOT (Código Identificador da Operação de Transporte) identificado no DAMDF-e (Documento Auxiliar do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais), o fiscal acessa o sistema da ANTT e confere se os valores cobrados pela empresa, batem com os valores impostos pela tabela.

Lembrando que o CIOT deve ser gerado por todo contratante de serviço de transporte de cargas, podendo ser desde o embarcador, até uma transportadora que terceiriza o transporte por um profissional autônomo.

No site do governo, é possível conferir essas tabelas atualizadas, divididas em 4 tipos.

  • Tabela A – transporte rodoviário de carga de lotação;
  • Tabela B – veículo automotor de cargas;
  • Tabela C – transporte rodoviário de carga lotação de alto desempenho;
  • Tabela D – veículo de cargas de alto desempenho.

6 → Impacto do frete nos custos da empresa 

Quando se trata de e-commerce, nem sempre todo o frete deve ser repassado para o consumidor.

Imagine em um frete bem custoso, todo o valor ser transferido para o consumidor final? 

Nos dias de hoje, nenhum cliente quer pagar caro para receber uma encomenda quando se tem tantas opções na internet. 

Por outro lado, de nada adianta usar a velha estratégia de embutir o valor do frete no produto final, pois com poucos cliques conseguimos achar opções melhores e entender que aquele valor disponível do produto destoa bastante do mercado.

O custo benefício é o que todos buscamos no mercado atual, valores de produto acessíveis e um frete que não seja abusivo.

Para isso, a melhor forma de lidar com isso é tentar reduzir ao máximo os custos com o frete e compensar esses gastos que não serão passados ao consumidor, com as vendas.

Uma coisa feita por algumas empresas, por exemplo, é definir o frete de acordo com a margem de lucro referente a cada produto. Assim, você reduz o ganho nas vendas por unidade, isto é, individualmente, mas expande a oferta em escala.

Também é possível ao negociar com transportadoras e com o próprio correio, para conseguir reduzir esse peso nos processos logísticos.

7 → A tecnologia a favor do transporte

Por fim, deixamos aqui uma dica que já mencionamos em outros artigos, mas que é sempre bom relembrar: use a tecnologia a favor da logística.

Se tem uma coisa que não podemos é negligenciar qualquer auxílio tecnológico que possa reduzir tempo, economizar gastos e aumentar produtividade em qualquer área da logística.

E não seria diferente na parte de transporte, quando falamos do TMS.

Além do TMS gerenciar a frota de veículos, ele também te dá o controle de informações importantes relacionadas ao transporte, como: fretes, gestão de despacho, as entregas, rastreamento de cargas, custos, e vários outros aspectos.

A emissão de documentos necessários para o transporte de cargas, como CTe e MDFe também é feita por ele.

Além disso, com o uso do YMS temos dashboards que possibilitam o monitoramento de todo tipo de informação relacionada ao pátio, incluindo aquelas ligadas ao armazém e transporte de cargas.

Não é de hoje que temos falado sobre a importância que um sistema de gerenciamento tem dentro da logística.


Os custos com transporte fazem parte das principais dificuldades que alguns gestores ainda enfrentam ao tentar administrar os gastos com a logística da empresa.

O YMS Trackage Maestro pode ser de grande ajuda nessa parte do processo logístico em que toda atenção ainda é pouco.

Além de se certificar de que os documentos necessários estão devidamente emitidos para qualquer conferência futura ao chegar no local de embarque, essa antecipação dos documentos faz com que o check-in de entrada seja feito sem nenhuma dificuldade, evitando atrasos que possam impactar na entrega.

Ter uma visão estratégica sobre o que deve ou não ser repassado ao consumidor, é uma vantagem competitiva em um mercado onde muitos ainda acham que basta disfarçar os gastos no preço do produto, além de mostrar ao seu público alvo que a opção mais econômica e eficiente é o seu serviço, sem largar mão da qualidade.