Internet das coisas: o que é e como funciona na logística

Internet das coisas na logística
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A internet das coisas, ou IoT como é conhecida, é a conexão entre vários dispositivos, gerando informações que alimentam uma base de dados de um sistema e servem de forma estratégica na tomada de decisões.

Seu uso tem como base a internet e neste artigo, entenderemos como ela funciona e quais suas vantagens dentro da logística.


1 → O que é internet das coisas

A internet das coisas surgiu com a chegada da logística 4.0.

Tendo como conceito a conectividade entre todos os dispositivos que compõem as operações, de forma prática e rápida com o uso da internet.

A IoT tem crescido e caído no gosto de todos os gestores logísticos a cada ano e isso tem um motivo: ela pode ser aplicada em praticamente todas as partes da logística.

A origem do termo

A conexão entre objetos apareceu pela primeira vez em 1991, quando o TCP/IP (protocolo de rede) passou a ser difundido e Bill Joy, até então cofundador da Sun Microsystems, pensou nessa conexão de várias redes entre si.

Foi então que em 1999, Kevin Ashton do MIT cita pela primeira vez o termo Internet of Things em uma de suas palestras, dizendo que se os computadores fossem capazes de prever as coisas a partir de dados já coletados, sem intervenção humana, seria possível otimizar diversas atividades rotineiras.


Você sabia?

Estamos muito acostumados a escutar sobre GPS e todo tipo de sistema que trabalhe com geolocalização, mas você sabe o que são as geocercas, ou no termo original, geofencing?

Geocerca é um sistema de monitoramento que pode ser utilizado com base em qualquer tipo de tecnologia de rastreio, como GPS e RFID (Identificador de Rádio Frequência).

É criada uma área de controle onde, se um ativo ultrapassar os limites dessa “cerca” para fora, é emitido um evento (geralmente um alerta) para o dispositivo de controle (computadores, celulares, entre outros).


2 → Como funciona e onde é aplicada na logística

A IoT funciona a partir da conexão de dados que dá acesso ao dispositivo, que passa a compartilhar informações a um software central. 

Esse, por sua vez, garante todo o controle da informação que é armazenada na nuvem.

A troca de informação entre dispositivos e essa central de armazenamento diminui a necessidade do esforço humano, o que permite a otimização, ganho na produtividade e maior eficácia na análise de dados.

A IoT exerce os mais diversos tipos de funções com o objetivo de automatizar tarefas, aumentar a velocidade nas transferências de dados, ajudar na tomada de decisões, trazer maior eficiência no dia a dia de trabalho, além da promoção do bem-estar.

No varejo

A IoT pode beneficiar o varejista com sensores que identificam em que horário do dia o fluxo de clientes na loja é maior. 

Também é possível monitorar o estoque de produtos nas prateleiras em tempo real, o que permite que as prateleiras não fiquem vazias ou que faltem opções de produtos.

Indo um pouco mais além, é possível saber também quais áreas da loja são mais frequentadas a partir de dados da movimentação de clientes.

Uma das vantagens é que essa coleta de dados permite conhecer melhor o público-alvo da loja.

Na indústria

Na Indústria 4.0, os sensores são aplicados nas máquinas com objetivo de tornar a tecnologia mais inteligente e autônoma

Isso faz com que as máquinas configurem seu próprio funcionamento para que a mesma desenvolva a capacidade de aprender suas funções sozinha.

Isso é conhecido como Machine Learning.

O que é Machine Learning

Traduzido quase literalmente como aprendizado de máquina, o Machine Learning não é uma exclusividade da logística 4.0, sendo muito conhecido e ativo no ramo da Tecnologia da Informação e também da inteligência artificial, porém, vem ganhando espaço e cada vez mais força na logística.

Sendo ainda mais específico, podemos apontar a armazenagem (como veremos mais à frente) como um dos mais afetados pela automação das máquinas.

Através do processamento de imagens e com o auxílio de câmeras e sensores, robôs podem ser programados para desviar de obstáculos, além de abastecer o inventário, tornando a movimentação de estoque algo quase independente.

No estoque

Já falamos sobre como a automação e a conectividade das máquinas ajuda na armazenagem e organização do estoque, mas não podemos esquecer que o estoque não é só guardar mercadorias.

A extração e o despacho dos produtos também fazem parte dessa importante etapa da cadeia de suprimentos.

Os famosos e já ultrapassados códigos de barra, estão dando lugar às smart tags, ou etiquetas inteligentes, como são conhecidas por aqui.

As etiquetas inteligentes quando surgiram eram reféns da tecnologia bluetooth, mas hoje em dia, já vemos a Radiofrequência (RFID) sendo aplicadas nelas, o que entre várias vantagens, aumenta principalmente o alcance com que os dados são transmitidos para os dispositivos de controle.

Em alguns casos, é possível identificar até 1000 tags por segundo, variando para mais ou para menos, dependendo das condições de interferência do local.

Na prática, a conferência lenta e burocrática que faz parte do despacho de mercadorias, torna-se ágil e prática, com uma tecnologia que permite conferir centenas de produtos em poucos segundos.

No Transporte

De grande importância para o setor logístico, a instalação de sensores em veículos permite extrair informações como localização em tempo real, velocidade média, picos de aceleração, previsão de chegada nos pátios e temperatura no baú (muito importante para produtos que requerem refrigeração durante o transporte).

Essas informações possibilitam prever prejuízos com a carga, multas e infrações, um possível acidente ou trânsito, violação do lacre da carreta, assim como a organização para operações de carga e descarga nos centros de distribuição.

Além disso, com novas tecnologias de GPS como a geocerca, a internet das coisas vem atuando no transporte de cargas como uma boa forma de controlar o rastreio economizando recursos e tempo.

Identificando e repassando as informações em tempo real para uma rede de dados responsável por analisar se os veículos estão em perfeito funcionamento, se necessitam de auxílio, apurando e prevendo o tempo restante entre um ponto e outro.

3 → Benefícios da IoT para a logística

Se em 2016 ela já não era mais uma projeção para o futuro e sim algo usado nas empresas, hoje ela já é uma tecnologia usada amplamente no dia a dia.

Entre seus principais benefícios, vale destacar:

  • Redução de custos, graças à diminuição de mão de obra
  • Aumento na produtividade, pela larga escala de dados que coleta
  • Economia de energia
  • Ganho de tempo pela agilidade nos processos que são compartilhados entre os dispositivos
  • Maior segurança, já que a intervenção humana é menor nos processos
  • Redução de erros, pela precisão da informação
  • Diminuição do desperdício que é possível pela análise e interpretação da informação;
  • Personalização e escala que podem ser previamente determinados pelo usuário que configura os dispositivos

Acesso aos dados

É importante destacar aqui que a acessibilidade que a internet  das coisas fornece aos dados, é uma das principais vantagens dessa tecnologia.

Os dados coletados são usados como evidência para planejamentos estratégicos e até mesmo para tomadas de decisões em que são necessárias aprovações de superiores.

Ter como comprovar o que é dito e não apenas especulado, faz total diferença nas tomadas de decisões.

Um exemplo prático disso é no transporte.

Com a IoT, é possível através dos dados coletados em remessas, que certas rotas são mais propensas a atrasar as entregas. Ao mesmo tempo, ao saber disso não há desespero, pois a automação tecnológica e a inteligência artificial garante que as rotas sejam mudadas de acordo com as necessidades.


Ao lado do Machine Learning, a IoT é um dos grandes trunfos da logística e indústria 4.0, servindo de e vitrine para o que a revolução tecnológica tem a oferecer para os gestores, as empresas e tudo que compõe a logística.

Tecnologia sendo usada aos montes é algo comum na época em que vivemos, seja no lazer ou na vida profissional.

A tecnologia usada de forma prática e visando resultados é o que faz a diferença dentro da logística, e nisso, a internet das coisas chega pesando a mão sobre os modelos de gestão antigos.

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